segunda-feira, agosto 29, 2005

Fecho os olhos... quero ver os teus abertos

Fecho os olhos...

Na escuridão recordo os teus, abertos. Descubro-me, envolto em brumas de outrora, sobre pedra, trazendo ferro, procurando-te nos bosques onde ao vento as pessoas são árvores.


A noite, essa pergunta por mim, enquanto aguardo por ela, pois do dia me encontro oculto, protegido pelas quatro paredes que me enclausuram... me protegem.

Fecho os olhos.... e tento cair em mim, sentindo a gravidade que me prende ao chão, que me leva a liberdade... que me enclausura e me abriga.

Abro os olhos... e vejo um mundo que não existe, que nunca deveria ter existido, este que em mim habita, que me encarcera e da liberdade me protege. As árvores, essas são graciosas mas enfermas, procuram no meu olhar o mundo onde quereriam estar.

O Alquimista

Anda comigo – Diz ela – atravessando-me com os seus olhos, por vezes azuis, outras verdes e noutras de um amargurado e belo castanho.
Para onde? – Pergunto.
Por aqui por este caminho onde o céu é azul e os prados são belos e serenos.
Qual caminho? Perguntava, enquanto admirava a encruzilhada que mais à frente se distinguia.
Pegando suavemente na minha mão, disse-me; Anda comigo, que eu levo o sol e trago a lua para te curar.
Mas não sei se é por aí que devo ir, e do que padeço só o éter me pode salvar.
Então, o seu olhar deixou de me atravessar, docemente largou a minha mão, o vento soprou e na brisa se esvaneceu, afastou-se percorrendo o seu idílico caminho.
Sentei-me na encruzilhada contemplando o infinito, qual Alquimista que se deparou com a Pedra Filosofal e não a quis usar, receando que a sua demanda tivesse cessado, que o objectivo estivesse concluído e a sua finalidade findado.

terça-feira, agosto 23, 2005

A alma tem de repousar ... e o coração aquietar-se

"I have crossed the seas, I have left cities behind me, and I have followed the source of rivers towards their source or plunged into forests, always making for other cities. I have had women, I have fought with men ; and I could never turn back any more than a record can spin in reverse. And all that was leading me where ? To this very moment..."
Jean Paul Sartre "Nausea"

E assim começa ... o início de mais uma volta no ciclo...

Paredes de Coura - Woodstock Nacional 2005

Deixo aqui, algumas notas dignas de registo da edição deste ano.

Ao Galhardas pela preserverança em tentar beber toda a cerveja do recinto... esteve quase.
Ao Naifadas pela incrivel colaboração que prestou ao galhardas no consumo de líquidos, a sua incrível boa disposição e os excelentes "20 minutes cape green blues".
Ao MikeFirestarter pela entremeada e desportivismo no tiro ao pinheiro com canivetes.
Ao Companheiro Rios, que para além de também prestar colaboração ao Galhardas andou a carregar caixões no concerto do Nicolau Cavernas.
Ao amiguinho Yogi Bear de calça arreada a pavonear-se pelas tendas.
À Martolas pela sua paciência e compreensão.
E como não poderia deixar de ser à companheira Lara, feroz canino amestrado que filava tudo o que era pittbull num raio de 20 m à nossa volta.

Um sincero,
Kuaralho e Oubrigadou.

segunda-feira, agosto 22, 2005

Cai cinzas do céu

Parece o inferno de Dante, donde escrevo, namorada Viana do Castelo, quando o vento te retirar o véu de fumo, encontrarei os teus bosques extraviados em cinza, saquearam-te o verde da floresta que um dia chamei de casa. Levaram-me tudo..., o milhafre, a rapousa, o garrano, o freixo e o carvalho.
Malditos...

Cá estou eu... no leito onde os animais falecem

É certo que este é o meu primeiro post, o primeiro de muitos assim o espero.
Este blog, servirá para exprimir a minha ociosidade, sem o complexo da discriminação dos dementes, que nesta confraria que é a vida me rodeiam e tudo fazem ... parecem uns animais!!!