segunda-feira, outubro 31, 2005

Hoje é o ... Sabbath



Quis responder à vaga pergunta que me tinha sido feita, à pergunta de quem pergunta só porque o silêncio incomoda, e que nada de oportuno ou conveniente tem a dizer.

És louco! Dizem os ainda mais loucos quando vencem as defesas na muralha da minha tinta. Quando o medo provocado pelas palavras se torna insuportável... “És louco... não quero ouvir mais” dizem com o medo de tropeçar e cair no abismo, de onde poderão nunca mais conseguir voltar.

Não me lembro quando é que aconteceu, mas a invocação trouxe alguém, alguém que já não existe, que está morto e que ainda vive... Está comigo já a alguns anos, caminha comigo e vigia-me de longe. Entretanto consegui que se acalmasse... Tem-me deixado em paz, mas por vezes volta, e tenta dizer algo. Parece que ao vento sinto o seu sussurrar.

Maldito livro negro.

Existem livros que não querem ser encontrados. Passam anos numa prateleira sem que ninguém se aperceba, adormecidos por entre o pó, hibernando, aguardando o estigmatizado. Esse sim é digno da magia.

Quando o infamado passa junto à prateleira, a capa de couro negro envelhecida, brota-lhe à vista. Sentiu-o e inconscientemente pegou-lhe. Várias pessoas ao longo dos anos por ali passaram, e o livro antigo, tão antigo desde que o Homem tem memória, jamais tinha sido visto, não se sabe como foi ali parar. Não se encontra catalogado, disseram-lhe, não pertence à livraria, alguém se esqueceu dele - pode levá-lo!

Maldito livro negro...existem livros que não querem ser encontrados, e por vezes quando se encontram é melhor ignorá-los... Não vá o Diabo tece-las...

1 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Sei bem do que falas. Passou-se comigo e com uma revista GINA que tinha guardada desde 1983.
Maldito livro, ainda tenho o corpo dorido de tanto ler!!!

9:27 da tarde  

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