quinta-feira, outubro 19, 2006

Mais do mesmo... Falsas Persuasões

Sobre a notícia lançada hoje, sobre o eventual taxamento das actuais SCUTS (Norte Litoral) que vêm contrariar a promessa feita durante a campanha eleitoral socratista só tenho a dizer o seguinte - "Não me obriguem a vir para a rua gritar!"

Penso seriamente, num futuro próximo apoiar um movimento de anexação e independência de duas regiões mal amadas na Ibéria, Galiza na Espanha e Minho em Portugal.

Mas quem canta os seus males espanta... Deixo aqui a minha playlist para este fim de semana. Aviso que algumas das sugestões poderão causar transtornos/perturbações em pessoas mais susceptíveis. Depois digam que não avisei.






VNV Nation - Praise the Fallen







Phantom Vision - InStinct







Swans - White light from the mouth of Infinity






Isis - In The Absence Of Truth







Agalloch - Ashes Against the Grain







Vader - Impressions in Blood

4 Comments:

Blogger Nómada Global said...

Eu tenho alguma dificuldade em entender essa noção de "solidariedade obrigatória" entre as diferentes regiões do país (ou dos países).

Se existem situações em que reconheço a necessidade de solidariedade (segurança social, serviço nacional de saúde, em que todos contribuem para um bolo que depois se divide por todos, exactamente porque todos disfrutam desses serviços), há outros que me custam.

Um dos que me custa são exactamente as autoestradas. Ora então porque raio tenho eu que pagar uma estrada de luxo qeu não utilizo? Porque raio tenho que pagar a CREL se não ando lá (agora já tem portagens)? Porque raio terá um algarvio que pagar o IC28 (ou IC1) se não o utiliza? Porque raio deverá um transmontano pagar a Via do Infante se nunca a vai ver na vida?

Utilizador-pagador. Eu prefiro saber que uma parcela menor dos meus impostos vai para o pagamento destes "serviços mínimos obrigatórios" (tantas vezes luxos), sendo encaminhado para o que realmente é importante, como apostas na educação, saúde, ambiente, etc. Quem anda na estrada que a pague. Levando ao limite o esquema das SCUT, deveríamos todos pagar uma taxa anual ao estado (digamos 7% do salário) para termos combustível grátis para o carro. É o mesmo que as SCUT. Tudo o que é grátis leva ao abuso e ao despesismo. Eu fiz a SCUT IC1 durante 3 anos, todos os dias. Durante metade desse tempo, ficava pela Póvoa. Eu como mais 100 pessoas de viana que trabalhavam na mesma empresa. Pois cada uma dessas 100 pessoas, apesar de viver perto e trabalhar no mesmo escritório, levava o seu carrinho para o trabalho, às vezes todos juntos e em fila, num sinal óbvio de novo-riquismo e recém-ruralidade (eu incluído). O mesmo se passa na civilizada "capital" do país, em que 85% dos carros passam somente com o condutor na ponte 25 de Abril (dados DGV).

Porquê? Porque é grátis (ou quase). Pois, caríssima gente de esquerda, ao contrário do que gostam de alardar por aí, nada é grátis. O que há é serviços sustentados por todos e serviços pagos por quem os usa. As autoestradas são um luxo (diga-se o que se disser) e como tal devem ser pagas. Por quem as usa. E não deve ser o estado a pagar um balúrdio à Euroscut e afins para eles tomarem conta da estrada. Paga por quem lá passa.

Um rápida olhadela aos fundamentos do orçamento de estado de 2007 esclarece: há uma transferência clara de verbas dos gastos com as SCUT para outras áreas mais necessitadas (educação e saúde, principalmente).

Não sei quanto a ti, mas eu prefiro saber que o dinheiro é gasto a construir uma cantina melhor para uma escola em Bragança do que a manter uma autoestrada de borla para o Manel e a Maria poderem ir ao norteshopping todos os fins de semana sem pagar tusto.

Lamento, mas o futuro é, inevitavelmente, de utilizadores-pagadores. Como é de justiça.

Uma abraço, my left wing-friend.

3:43 da tarde  
Blogger Igguk said...

Excepionalmente neste blog e em forma de resposta vou fazer a análise a um comentário de cariz político – Repito excepcionalmente.

Caro Nómada sem querer ofender, entende-se essa sua “dificuldade em entender” pelo facto de V. Exa não passar necessidade, nem sente a enfermidade da pobreza podendo ser ela periférica, culturalmente, educacionalmente ou socialmente).

Eu sou muito pragmático nestas coisas, e não vejo a coisa de forma bicéfala de vermelhos e laranjas ou esquerdas e direitas. Além disso estou à vontade para dizer que sou completamente apartidário como já o afirmei várias vezes. Encaro a realidade de uma forma mais matemática do que politica e sempre de uma forma macro.

Ora as auto-estradas não foram, só, executadas para aproximar as pessoas dos supermercados como é óbvio, mas também. Elas constituem infelizmente o único meio de comunicação de desenvolvimento para país, (sou apologista de via férrea). O grande desenvolvimento do país deveu-se precisamente com a construção das auto-estradas aproximou a periferia dos centros quer a nível nacional quer internacional. As artérias do país estão nas vias de comunicação e por elas passa o comércio, a informação, as decisões etc.. quanto melhor são estas vias mais fácil se permitem as trocas, sem falar nos aspectos da segurança. São portanto e indiscutivelmente um motor económico do país. E quanto mais trocas mais taxas.

Nem o transmontano paga a infante nem nem o algarvio paga o IC28, cada qual paga a sua, com os seus impostos – Imp. Automóvel, taxa de circulação imp. sobre combustíveis IRS, IVA etc. Etc.... Achas pouco....

Relativamente às escolas e à saúde preferia abdicar do fdp. que não paga impostos ou da empresa que foge através de mil e um cambalachos ou do sistema corrupto que abrange toda a sociedade e a todos os níveis.

Portanto não me faças rir com comentários “leftWing” ou os vermelhos andam aí.

Já agora dois à partes:
Este post tinha como objectivo evidenciar promessas que não são cumpridas. A oposição defendia precisamente o abolimento das SCUT´s e não foi eleito.

Que tal, os discos!?

6:51 da tarde  
Blogger nuno cruz said...

Apenas para deixar um exemplo pessoal prático e simples (sem entrar em confrontos politico-ideológicos. Não quero aqui 3 Nunos ao barulho =)

Tal como muitos vianenses, este ano estou a trabalhar no Porto (manhã) e em Viana (tarde). No Porto estou a ganhar cerca de 20€/dia (gasto 10€ em gasolina, fico com 10€ de lucro para mim).
Uma vez que não tenho com quem dividir a viagem (Viana-Porto), não me resta alternativa senão ir todos os dias sozinho no meu carro. Com o pagamento da portagem (ao que parece, perto de 5€, ou seja, 10€/dia - ida-e-volta) mais os 10€ de gasolina sobram-me 0€ de lucro… Portanto, vou trabalhar para fazer apenas a viagem Viana-Porto. Melhor dizendo, vou trabalhar para dar o dinheiro (na totalidade) ao estado através do pagamento de combustível e portagens. Isto é justo? Não sei… A mim não me parece.
Caso existisse um transporte público matinal com um preço acessível, que fosse rápido e minimamente confortável, o caso das portagens talvez não me afectasse, agora assim…
Em Viana trabalho para o Estado Português através de recibos verdes, apesar de ter as mesmas obrigações que os restantes professores e de descontar (e bem) para a Segurança Social não tenho qualquer direito e/ou regalias (ex. direito a baixa paga, subsídio de desemprego, férias pagas, 13º mês, subsídio de natal/férias, etc…nada).
A conclusão que tiro é a que vejo concretamente no meu bolso e na minha qualidade de vida.




Quanto aos discos:
Gosto muito de VNV Nation, os outros não conheço…

Abraço

4:27 da manhã  
Blogger Nómada Global said...

Caríssimos:

Compreendendo o carácter excepcional da resposta política dada, permito-me apenas mais um comentário para encerrar este assunto, pelo minha parte, pelo menos neste espaço. Temos muitos mais locais onde discutir isto, e com toda a certeza o faremos.

Tenho plena consciência da vantagem económica, social, cultural, etc, que são as autoestradas. Longe de mim querer que elas não existam. Até já trabalhei nelas.

Mas essenciais também são os telefones, e não é o estado que os paga a toda a gente através dos impostos directos e indierectos.

Essencial é a gasolina, e não é o estado que a paga.

Essencial é o caminho de ferro, e não andas de comboio de borla.

Essenciais são os aeroportos, e pagas taxas de cada vez que os utilizas.

Como tal, porque raio o condutor, tal como quem telefona, viaja, voa ou anda de comboio, não haverá de pagar a utilização da infraestrutura? O que torna as estradas tão diferentes do telefone, das linhas férreas, dos aeroportos, das universidades (onde pagas propinas), dos hospitais (onde pagas taxas moderadoras)? São tudo serviços que de um modo ou de outro são, em parte ou na totalidade, financiados por quem as utiliza. Nunca vi ninguém a exigir que os telefones sejam pagos pelos impostos. Porque teremos, então, que pagar as autoestradas?

Este é um ponto essencial, que nunca vi respondido satisfatoriamente. Só conheço uma resposta válida: a nossa completa e total dependência da utilização dos automóveis. Estando tão dependentes, revoltamo-nos de cada vez que o custo dessa dependência sobe, qual agarrado a quem lhe sobem o preço da heroa. E essa dependência tira-nos o discernimento. Uma autoestrada é igual a uma linha férrea, em termos de importância estrutural. O bilhete que pagas no comboio não cobre só o combustível, a mão de obra do maquinista e a amortização da máquina: paga também a infraestrutura. Não ando de comboio? Nao pago a linha. Não faço chamadas? Não pago telefone. Não ando na autoestrada? Não pago portagem. Simples.

Isto relativamente à justiça da coisa.

Agora relativamente ao que interessa, que é quanto nos custa a viagem: Xina, 5€?!?! Achas mesmo que para fazer 60km te vão cobrar 5€? Isso é propaganda dos defensores da SCUT! Nunca custará mais do que 1,5-2€. Compreendo a tua situação, e revolta-me que tenhas que esforçar-te física e financeiramente dessa maneira pela necessidade que tens de trabalhar, manter-te ocupado e ganhar bagagem. Houvesse mais gente como tu e este país estava de vento em popa. Mas as regras do jogo são estas, até que as consigamos mudar. O problema não é teres que pagar portagem. O problema é que só te paguem 20€.

O que me leva a outra questão, e esta a final: é natural que cada região, distrito, concelho ou freguesia decida ter a sua própria política relativamente às portagens de autoestradas. Do mesmo modo que promovem a construção de zonas industriais com custos mais baixos para as empresas e outras vantagens, também poderão utilizar um co-financiamento do valor das portagens para atrair empresas à sua zona. Tal como fazem com 500 mil taxas municipais de tudo e mais alguma coisa. Mas isso toca ao dinamismo e capacidade de inovação de cada um. É perfeitamente legal e promove a concorrência.

Concebo até que possa existir um "livre-trânsito" para empresas e moradores num raio definido (10-20-30km ou o que fôr).

Mas repito: ao pagar o IRC devido, uma empresa transmontana está a contribuir para o bolo do estado, que por sua vez vai pagar a Via do Infante e a A5 para Cascais (esta é mesmo um escândalo). Quando esse dinheiro deveria ser encaminhado para outras coisas mais importantes e mais justas para essa empresa. Isto acho mal.

Não nos iludamos: as SCUT saem caras ao país. Muito caras. Todos pagamos um serviço, através dos impostos, que é mal gerido, esbanjador e desadequado (conheces alguma SCUT qe tenha a qualidade de serviço, assistência, etc das Autoestradas da Brisa?) Eu prefiro saber que quem usa paga, e a mais ninguém é imputado o encargo.

Só uma adenda: sim, Igguk, sinto-me um pouco insultado por sugerires que tenho "dificuldade em entender" os defensores do princípio da incompetente gestão estatal porque "não passo necessidade nem sinto a enfermidade da pobreza". Tu também não, e não é por isso que deixas de comentar os assuntos relativos à pobreza (mas agora diz-me honestamente: achas que ter uma autoestrada de borla até ao Porto ajuda em alguma coisa o pobre desgraçado que vive aí na tua freguesia? Ele quer é comida e educação, não é ir a 140km/h até ao Porto!) É exactamente por ver como as pessoas vêem os frutos do seu trabalho sugados por impostos absurdos que são mal empregues que me revolto contra quem defende aquela morrinha do "serviço público gratuito". Não existe serviço público gratuito! Tudo é pago. Tudo. E pagamos demasiado para a qualidade do serviço que nos prestam. Por isso defendo que os estado entregue a quem sabe gerir com competência as tarefas que podem sair da esfera pública. E que cada um as pague conforme as utiliza. E que não paguemos este absurdo de impostos.

Encerro o meu caso, meus amigos. E prometo não voltar a falar de política aqui.

Um abraço.

10:21 da manhã  

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